imagem ilustrando artigo Arquitetura sustentável: o que é e quais seus benefícios?

Reciclagem do lixo, consumo consciente, reaproveitamento de materiais e recursos naturais são algumas das ações amigas da natureza. Porém, é possível ir além com a ajuda da arquitetura sustentável.

Esse termo se refere à adoção de projetos que impactem menos o meio ambiente. De quebra, eles também trazem benefícios econômicos e de qualidade de vida. Por isso, essa é uma tendência cada vez mais utilizada nas construções recentes, tanto pelo potencial de valorização do imóvel, quanto pela responsabilidade ambiental necessária a todos nós.

Diante da importância da sustentabilidade, criamos este conteúdo com as principais informações sobre como aliar esses benefícios à arquitetura. Além disso, você entenderá como colocar essas ideias em prática e quais são os seus princípios. Leia e saiba mais!

O que é arquitetura sustentável?

A arquitetura sustentável consiste na elaboração de projetos que minimizem o impacto ambiental das construções. Para isso, são utilizados materiais de baixo impacto, tratamento de resíduos, reaproveitamento de recursos e adequação ao clima local. Dessa forma, as necessidades de moradia, energia e alimentação são atendidas, além de trazer mais eficiência.

Além da construção, a sustentabilidade na arquitetura também se refere ao uso e à operação da edificação. Por exemplo, uma casa pode ter painéis solares para reduzir o consumo de energia elétrica. Dessa forma, há menos emissão, poluição, desperdício de materiais e componentes.

Na prática, o que esse conceito faz é otimizar os sistemas para alcançar o melhor coeficiente energético e utilizar menos energia. Ainda são considerados outros fatores, como:

  • disposição dos imóveis;
  • planejamento de espaços para economizar um bem natural.

Essas medidas são muito importantes para o meio ambiente. Especialmente, devido ao impacto da construção civil e da arquitetura no consumo de recursos. Conforme dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), esse setor é responsável por:

  • 36% do consumo de energia;
  • 38% das emissões de carbono relacionadas à energia;
  • 50% do consumo de recursos naturais.

Além disso, a expectativa é que, se nada for feito, os índices aumentem em 100% até 2060. 

No Brasil, o cenário também é complicado. A construção civil gera entre 35% a 40% de todo o resíduo das grandes cidades. Todos os anos, a projeção é de que as obras produzam, aproximadamente, 400 kg de entulho por habitante.

Ainda é preciso destacar que a produção de cimento gera entre 8% e 9% de todo o gás carbônico emitido no Brasil. Além disso, cerca de 8% de tudo o que é produzido nas obras é descartado. Portanto, é urgente considerar a arquitetura sustentável e suas boas práticas.

Surgimento do conceito de arquitetura sustentável

Esse termo arquitetura sustentável começou a ser trabalhado em 1992, durante a Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento — também chamada de Eco-92 ou Rio-92. No entanto, ainda em 1987, já havia sido realizado um discurso público indicando a necessidade de desenvolvimento sustentável a longo prazo.

O propósito era garantir o progresso econômico e, ao mesmo tempo, assegurar o atendimento às necessidades das gerações futuras. Ou seja, a proposta é uma mudança de paradigmas, em que os investimentos, a exploração de recursos, e a orientação do desenvolvimento tecnológico estão de acordo com as medidas ambientais.

Quais são os princípios da arquitetura sustentável?

Para garantir que os projetos estejam adequados ao meio ambiente, com redução de custos e desperdícios, é preciso conhecer os princípios que embasam a arquitetura sustentável. Esses pilares têm relação com as ações pregadas para qualquer construção e visam garantir o máximo respeito à natureza.

Por isso, esses princípios são importantes para a promoção do desenvolvimento social, cultural e econômico. Veja quais são eles e porque eles devem ser considerados no seu projeto.

Adequação do projeto ao clima local

Considerar a realidade do entorno da construção garante a máxima eficiência energética. O clima local permite que o arquiteto estude o melhor direcionamento para aproveitar a iluminação, a posição do sol, dos ventos e as mudanças das estações.

Assim, há um conforto térmico maior, já que o ambiente é resfriado sem depender de um ar-condicionado. Além disso, o isolamento térmico também protege contra o calor excessivo na residência.

A adequação do projeto ao clima local ainda utiliza elementos arquitetônicos, como brises e cobogós, para favorecer o bem-estar nos ambientes. Esses itens reduzem o consumo energético e os impactos ambientais da construção.

Uso de coberturas verdes

Também chamado de telhado verde, consiste em usar a vegetação como sistema de cobertura. Isso garante mais isolamento térmico e reduz os ganhos de calor. Além disso, diminui as cargas térmicas, que aumentam o conforto e a eficiência energética.

Para ter uma ideia, a amenização da temperatura gerada pelas ilhas de calor chega a 18 °C. Ainda podem ser cultivadas hortas e jardins na cobertura, inclusive com irrigação automática e conexão às cisternas que armazenam água da chuva.

Utilização de energia solar fotovoltaica

Utilizar os painéis fotovoltaicos é uma boa medida para reduzir o consumo energético. Eles transformam a energia solar em elétrica de forma sustentável e sem danos ao meio ambiente. Além de serem utilizados nos projetos de arquitetura sustentável, também podem ser adotados durante a obra.

Promoção de praticidade

Além de garantir a redução do consumo de recursos naturais, a arquitetura sustentável também tem o dever de promover a praticidade. Todo o projeto é adequado às necessidades dos moradores, então leva mais conforto e bem-estar para todos que vivem na residência.

Vale a pena destacar que o projeto deve ser flexível. Assim, é possível efetuar as adequações necessárias a curto, médio e longo prazo, sempre respeitando o meio ambiente.

Ainda existem outros princípios importantes a serem considerados. Eles são os seguintes:

  • análise do entorno, para respeitar as condições do espaço urbano;
  • uso sustentável do terreno;
  • planejamento integrado e detalhado para evitar desperdícios, uma boa execução da obra e o melhor resultado possível;
  • cumprimento de normas e legislações;
  • uso racional de materiais;
  • eficiência hídrica;
  • viabilidade econômica, com acréscimo de valor agregado;
  • análise do ciclo de vida da construção;
  • promoção da conscientização de todos os envolvidos na arquitetura sustentável, inclusive os moradores.

Quais são os benefícios da arquitetura sustentável?

Ao aplicar esses princípios, é possível obter várias vantagens. A seguir, listamos as principais. Confira!

Redução do consumo de recursos naturais

Tanto o consumo de água quanto de energia elétrica são diminuídos com a adoção de práticas sustentáveis. A residência passa a ser autossuficiente, pelo menos parcialmente. Com isso, há menor utilização dos serviços e mais garantia de sobrevivência das próximas gerações.

Por exemplo, em vez de utilizar o ar-condicionado, o projeto considera a ventilação natural e cruzada. Assim, consegue-se evitar que os ambientes fiquem abafados ou frios demais. Ou seja, desconfortáveis.

Preservação do meio ambiente

A arquitetura sustentável busca preservar a natureza. Além disso, os lotes para construção tendem a ser próximos de uma área verde e estabelecimentos que oferecem serviços básicos. Esses aspectos impactam o acesso a sombreamento, ventilação e luz. Também reduzem a necessidade de energia para iluminação e condicionamento climático.

Redução da poluição

A produção de lixo excessiva e sem tratamento faz com que sejam liberados poluentes, como o gás metano e o chorume tóxico. Além de poluírem os canais de água, também contaminam o solo, ou seja: há risco à saúde de todos quando a arquitetura sustentável é desconsiderada.

Como aplicar a arquitetura sustentável em um projeto?

Todas essas informações precisam ser aplicadas e sair do mundo das ideias. Como fazer isso? Existem várias dicas que ajudam a implementar as boas práticas. Entenda o que fazer.

Aposte em soluções tecnológicas

Mais do que facilitar a nossa vida, as diferentes tecnologias são aplicadas à arquitetura sustentável para aumentar os benefícios desse conceito. Tanto é que muitos produtos são criados a partir disso, como:

  • revestimentos fabricados a partir de materiais reciclados, como o poliestireno expandido (EPS), também chamado de Isopor®;
  • móveis produzidos a partir de materiais sustentáveis e madeira de reflorestamento;
  • lâmpadas econômicas;
  • pisos que imitam madeira;
  • sistemas de iluminação inteligente com sensores de presença.

Perceba que as práticas amigas do meio ambiente vão além da construção. A arquitetura também abrange a decoração sustentável, que prevê a reutilização e a reciclagem de materiais. Dessa forma, você tem uma casa tecnológica, confortável, e que aproveita o máximo de recursos.

Reutilize materiais de construção

Reaproveite o máximo de materiais utilizados na obra para evitar os desperdícios. Aqui estão enquadrados madeiras, cerâmicas, metais e outros produtos que viram entulhos. No entanto, eles podem ter outra serventia.

Vale a pena usar a criatividade para reutilizar tudo o que estiver ainda em condições de uso. Por exemplo, eles podem servir para fabricar móveis para a área externa.

Poupe a natureza nos seus projetos

Pouco adianta criar um projeto de arquitetura sustentável, mas acabar com a natureza ao redor. Por isso, busque utilizar as áreas verdes a seu favor. Busque poupar o solo e a vegetação, assim como preservar a água existente na região.

Várias alternativas podem ajudar nesse processo. Por exemplo, utilizar uma cisterna para armazenar o recurso natural, ou painéis fotovoltaicos para gerar energia elétrica.

Inclusive, essas são dicas para economizar água e luz. Porém, esses benefícios também devem ser aliados a um projeto de paisagismo para realmente construir uma casa sustentável.

Monitore o consumo de elementos naturais

Utilize indicadores para saber como está o nível de aplicação da arquitetura voltada para a sustentabilidade. Eles ajudam a saber se a obra está sendo eficiente e se os resultados atenderão ao que você busca.

Não existem indicadores específicos para fazer esse monitoramento. O ideal é controlar o consumo de energia, água, e outras informações importantes para o projeto. Assim, você consegue saber se está indo em direção ao caminho certo.

Priorize a ventilação natural

Os projetos sustentáveis de arquitetura priorizam uma boa ventilação. As construções devem ser bem arejadas e garantir um bom fluxo de ar. Isso aumenta o conforto térmico. Por outro lado, é necessário tomar cuidado para não criar corredores de vento desconfortáveis.

Por isso, é necessário elaborar o projeto com base na chamada ventilação cruzada. Esse nome se refere ao fenômeno de movimentação do ar que ocorre no interior dos imóveis sem ajuda de sistemas mecânicos. Para chegar a esse resultado, é necessário verificar a direção predominante dos ventos no projeto.

Com a ventilação cruzada, você cria um projeto mais inteligente e eficiente. Por exemplo, é possível utilizar janelas maiores. Além de facilitarem as correntes de ar, elas aumentam a iluminação natural.

Construa um sistema de reaproveitamento de água

O sistema de captação de água da chuva favorece o reaproveitamento desse recurso natural. Inclusive, ele pode ser complementado com um método para tratamento e reuso da água cinza. Esse é o resíduo do produto utilizado em chuveiro, tanque, lavatório de banheiro e mais.

As águas pluviais e de reuso podem ser reaproveitadas para lavar quintais, carros, pisos e regar plantas. Além disso, os materiais reciclados, produzidos e reutilizados a partir de fontes renováveis devem ser priorizados em qualquer projeto de arquitetura sustentável.

Otimize o uso de energia

A escolha e a orientação dos materiais permite reduzir o uso de energia elétrica. Por exemplo, um sistema de aquecimento solar garante uma casa confortável no inverno sem gasto de luz, caso você more em uma cidade fria.

Para garantir a otimização desse consumo, é preciso considerar as características do clima local e fazer estudos para aproveitar a posição do sol, dos ventos, da iluminação e das estações. Além disso, o telhado deve ser projetado de forma inclinada para aproveitar o maior período solar da região na implantação dos painéis fotovoltaicos.

Outras dicas para otimizar o uso de energia são utilizar lâmpadas LED e equipamentos eletroeletrônicos que tenham o selo Procel.

Utilize recursos renováveis

Os recursos renováveis devem ser a prioridade em um projeto de arquitetura sustentável. Os exemplos são todos os que já citamos ao longo deste artigo. É o caso da energia e da água. Porém, você ainda pode ir além.

A compostagem doméstica, por exemplo, produz um adubo para suas plantas sem precisar gastar nada. Ainda reduz a produção de lixo para evitar a poluição do ambiente. Ou seja, é mais uma forma de se adequar a um estilo de vida voltado para a sustentabilidade.

Com todas essas dicas, você já pode construir uma casa adaptada a todas as suas prioridades e preferências. Além disso, tem a chance de morar em um local integrado ao meio ambiente, onde os recursos são aproveitados ao máximo.

Para isso, compre um lote em um loteamento que já priorize atitudes positivas. Essa é uma forma de saber que a empresa tem responsabilidade socioambiental e age de acordo com todas as normas e legislações existentes.

É isso que a arquitetura sustentável preza. Afinal, essa é uma prática que deve ser implementada desde a construção até o resultado da obra, trazendo praticidade, conforto e beleza à sua família.

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