imagem ilustrando artigo Como fazer uma reserva de emergência para o seu futuro?

A reserva de emergência é um montante que tem o objetivo de auxiliar a vida financeira, garantindo que haverá um valor disponível para lidar com imprevistos e urgências. Entretanto, muitos ainda não sabem a relevância de manter esses valores.

Na prática, ela pode ser o diferencial para colocar e manter a vida financeira em dia, saber como economizar dinheiro, fazer investimentos e realizar sonhos, como a construção de uma casa. Se você ainda tem dúvidas sobre o que é essa reserva, porque ela é tão importante ou como montá-la, não se preocupe!

Preparamos este conteúdo completo para esclarecer todas essas questões. Continue lendo para aprender como fazer uma reserva de emergência para o seu futuro!

O que é a reserva de emergência?

A reserva de emergência é uma quantia guardada com a finalidade específica de lidar com situações imprevistas. Por exemplo, perda do emprego, consertos de bens, doenças na família, entre outros fatores. Portanto, deve ser usada somente em casos realmente necessários e ter algum rendimento para manter seu poder de compra e evitar a perda de valor devido à inflação.

Dessa forma, ela funciona como um seguro, que garantirá acesso a recursos para lidar com emergências, sem comprometer o salário ou outras economias. Na prática, ter essa reserva proporciona diversos benefícios. Veja só: 

Como fazer uma reserva de emergência?

Veja o passo a passo para fazer uma reserva de emergência.

1. Defina o valor da reserva de emergência

O primeiro passo é definir o valor da sua reserva de emergência. Não existe um valor exato aplicável para todas as pessoas. Afinal, ele varia conforme o orçamento familiar, as suas necessidades e os seus gastos mensais. Em geral, é recomendado economizar um valor correspondente a, pelo menos, 6 meses das suas despesas médias.

Dessa forma, você garante ao menos um semestre de tranquilidade em caso de desemprego, por exemplo. No entanto, como o objetivo é ter segurança e tranquilidade financeira, é essencial refletir para definir o montante ideal. Algumas pessoas sentem mais segurança com uma reserva que cubra 9 meses ou 1 ano, por exemplo.

Para ter mais segurança sobre o valor, analise seus gastos médios considerando os últimos 12 meses. Isso ajuda a incluir custos variáveis de maneira mais acertada. Outra possibilidade é fixar a base de cálculo nos seus ganhos mensais — desde que sejam superiores à média de gasto.

2. Faça um planejamento financeiro anual

Sabendo o quanto você precisa economizar para formar a reserva, é hora de montar um planejamento detalhado para alcançar esse objetivo. Para tanto, crie um planejamento financeiro anual sobre as suas finanças, que servirá como guia no momento de lidar com ganhos e despesas, ajudando a economizar o necessário para guardar esses valores.

Nesse momento, você pode recorrer às planilhas financeiras ou aplicativos de finanças — na internet, é possível encontrar diversas alternativas. Depois, organize todas as suas fontes de renda e categorize as despesas.

Por fim, preencha tudo para ter uma visão completa sobre como serão as finanças no ano. Ao longo dos meses, isso ajudará a identificar situações que podem gerar dificuldades, além de permitir que você avalie o tempo médio para formar a reserva. Assim, fica mais fácil definir uma meta.

3. Mantenha um orçamento e controle das finanças

Não basta fazer o planejamento anual. Você precisa ter um controle detalhado das finanças, transformando essa tarefa em um hábito. Sem isso, há riscos de entrar em um ciclo de descontrole financeiro, que leva ao endividamento e impede a construção da reserva de emergência.

Para ajudar, anote todos os seus gastos e pegue recibos das suas compras. Uma dica que pode facilitar a tarefa é centralizar os gastos no cartão de débito, por exemplo, que manterá o extrato com todos os detalhes. Separe também um dia na semana ou em outra frequência para atualizar a sua planilha ou aplicativo, viabilizando o controle financeiro.

4. Separe sua reserva de emergência com a Regra 50/30/20 ou a Regra 70/30

Para ajudar na economia, vale definir percentuais para destinar a cada objetivo, separando uma parcela para enviar à reserva de emergência — e até outros propósitos no futuro. Uma possibilidade é a Regra 50/30/20, que separa o seu montante mensal de ganhos em 3 categorias diferentes. A divisão acontece da seguinte forma: 

  • 50% para os gastos essenciais, como aluguel, alimentação e saúde;
  • 30% para desejos pessoais — aqueles gastos não essenciais, mas que trazem mais conforto. Por exemplo, academia, cinema, delivery, jantares e almoços em restaurantes etc.;
  • 20% para dívidas e investimentos. No caso, essa parcela ajudará a montar a reserva de emergência.

Outra dica é usar a Regra 70/30, que direciona 70% dos seus ganhos para o presente, enquanto os 30% são para o futuro. Assim, a segunda parte é usada para formar a reserva de emergência e, depois, cumprir objetivos. Alguns deles podem ser:  

  • garantir a aposentadoria;
  • construir sua casa própria;
  • preparar-se para o primeiro filho;
  • cursar uma especialização;
  • viajar com a família.

5. Evite compras por impulsos

Um dos principais inimigos da reserva de emergência são as compras por impulso. Por isso, é preciso trabalhar para evitar essas ocorrências — e nossa principal dica é avaliar as necessidades e evitar comprar logo que surge a ideia.

Ao separar um tempo maior para a reflexão, é possível perceber que o gasto não é necessário, o que gera economia. Em outros casos, a espera permite fazer pesquisas para garantir o melhor preço possível. 

Avaliar lojas físicas e online e comparar alternativas de pagamento e diferentes marcas podem ajudar na decisão. Desse modo, você reduz os custos e guarda mais.

6. Aprenda como investir a reserva

Por fim, você precisa saber investir a sua reserva de emergência. Ao deixá-la parada na conta-corrente, por exemplo, o montante perderá valor com o tempo devido aos efeitos da inflação. Para reduzir os impactos, é fundamental recorrer às alternativas de investimento para iniciantes do mercado financeiro.

É bastante comum recorrer à tradicional poupança, já que ela oferece praticidade e segurança. Entretanto, existem diversas alternativas, inclusive com a mesma segurança e maior potencial de rentabilidade. Portanto, vale a pena conhecer as possibilidades — basta garantir que o montante ficará protegido e terá liquidez diária, ou seja, que permita o saque a qualquer momento.

Qual o valor ideal da reserva de emergência?

O valor ideal da reserva de emergência varia, sendo recomendado ter renda suficiente para suprir as necessidades gerais de 3 a 12 meses. O recomendado é que seja a maior quantia possível. Porém, isso depende do seu custo e do seu estilo de vida. Por isso, se você trabalhar no serviço público, pode guardar o equivalente a 3 meses de suprimentos. Se for CLT, 6 meses é o suficiente. Por sua vez, se atuar como autônomo, pelo menos, 9 meses.

Perceba que não existe uma única resposta, porque é necessário considerar o quanto você gasta todos os meses. Por isso, para ver exatamente qual é o seu caso, analise seus custos fixos com alimentação, moradia, transporte e outros gastos essenciais. Outros fatores a considerar são: 

  • compromissos já assumidos: calcule as contas que você já tem para pagar, como financiamento imobiliário, plano de saúde, dívidas a pagar etc.;
  • outros produtos financeiros: veja o que mais você já tem de segurança para casos específicos, como seguro de vida, automóvel ou residência;
  • perfil de investidor: como parte do valor guardado será destinado para investir, é importante que você conheça o seu perfil. Para isso, é só fazer o chamado teste de suitability, disponibilizado pelas corretoras de valores.

Vale a pena reforçar que todo mundo deve ter uma reserva de emergência. Então, se você ainda não cumpriu essa tarefa, é interessante começar agora.

Onde investir a reserva de emergência?

Veja onde investir a reserva de emergência.

Tesouro Selic

Costuma ser a melhor opção para quem está formando seu patrimônio. Isso porque é o investimento mais seguro — tanto quanto a poupança — e nunca há perdas. Além disso, permite que você faça o resgate dos valores a qualquer momento.

A rentabilidade do Tesouro Selic está vinculada à taxa básica de juros, a Selic. Portanto, quanto mais alta ela estiver, melhor nesse caso. Afinal, você ganhará mais.

Porém, a cada 45 dias, a taxa é revisada e pode ser diminuída ou aumentada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Por isso, é importante ter atenção a esse aspecto, caso queira deixar uma quantia maior do que a reserva de emergência nessa modalidade.

De toda forma, indica-se deixar essa quantia para imprevistos no Tesouro Selic devido à segurança e ao potencial de boa rentabilidade. Especialmente, porque você pode começar a investir com R$ 30.

Trend Pós-fixado

Os trends são fundos de investimento com prazo de resgate dos valores mais curto. Geralmente, no mesmo dia (D+0) ou no próximo dia útil (D+1). Por isso, são boas opções para armazenar esse montante que pode precisar ser utilizado a qualquer momento.

O trend pós-fixado tem sua rentabilidade atrelada ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Esse índice segue a Selic, ficando um pouco abaixo dela. Portanto, você tende a ganhar o equivalente da renda fixa.

Isso porque esse produto financeiro é exposto a uma carteira de títulos públicos, isto é, do Tesouro Direto. Porém, todos apresentam rentabilidade pós-fixada. Normalmente, o exigido para aplicar é R$ 100 no trend pós-fixado.

Trend DI Simples

Funciona de maneira igual ao trend pós-fixado, com a diferença de estar disponível apenas para novos clientes da corretora de valores. Além disso, a rentabilidade está vinculada a títulos públicos da renda fixa, mas eles não precisam ter retorno pós-fixado.

Trend Cash

É outro tipo de fundo de investimento, sendo que sua rentabilidade está vinculada a ativos de renda fixa. Eles são títulos públicos federais e compromissados. Você pode investir a partir de R$ 100.

CDB

O Certificado de Depósito Bancário é uma opção com um pouco menos de segurança do que o Tesouro Selic, mas ainda bastante conservadora. Esse é um título emitido por instituições financeiras. Então, você “empresta” dinheiro ao banco e ganha por isso.

O rendimento depende do título escolhido. Ele pode ser: 

  • prefixado, quando já existe uma taxa fixa e conhecida. Por exemplo, 1,5% ao mês;
  • pós-fixado, que costuma estar vinculado ao CDI.

Uma vantagem do CDB é ter cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Portanto, em caso de falência do banco emissor do ativo, você pode recorrer a essa instituição no valor máximo de R$ 250 mil por instituição financeira por CPF.

Quais são as boas práticas ao criar uma reserva de emergência?

As boas práticas ao criar uma reserva de emergência são:

Poupe aos poucos

Comece destinando uma quantia para guardar todos os meses e “pague-se primeiro”. Isso significa já separar esse valor assim que receber a sua remuneração mensal. Outra ideia é agendar a transferência mensal no seu banco. Assim, esse dinheiro sai da sua conta e você deixa de contar com ele.

Outro fator importante é a disciplina. Com a consistência desse propósito de economizar, é possível alcançar todos os seus sonhos, até mesmo construir com pouco dinheiro. Afinal, o hábito já estará criado.

Evite erros na escolha do investimento

Investir o seu dinheiro vai muito além de colocá-lo na poupança. É preciso saber quais são as melhores opções para conquistar uma boa rentabilidade. Algumas das principais são: Tesouro Selic, CDB e trends pós-fixados, DI simples e cash. Esse cuidado evita que você tenha um retorno muito baixo.

Não economize nas informações

Insira o máximo de informações sobre o seu orçamento na sua planilha ou aplicativo financeiro. Registre todas as receitas e despesas, separe as contas fixas e variáveis, e controle quanto já está guardado. Faça uma boa análise e veja a possibilidade de ganhar uma renda extra.

Tenha autocontrole

Alcançar a disciplina financeira nem sempre é tão simples. Portanto, estabeleça metas por categorias de gastos (alimentação, moradia etc.) e evite ultrapassá-las. Se preferir, faça essa limitação por semana. Ainda, atente-se aos financiamentos e parcelamentos, que podem comprometer o seu orçamento rapidinho.

Quando usar a reserva de emergência?

Você deve usar a reserva de emergência somente em caso de necessidade. Isso acontece quando você tem uma queda repentina de custos ou um aumento de gastos inesperado. Normalmente, essas situações são geradas por desemprego, tratamento de saúde não coberto pelo plano, viagem de última hora para alguma urgência, entre outras.

Por outro lado, esse dinheiro nunca deve servir para pagar o cartão de crédito, tirar férias ou fazer uma simples viagem. Nesses casos, você deve se organizar financeiramente e tirar a quantia do seu orçamento.

Assim, fica claro que a reserva de emergência é o primeiro objetivo financeiro a perseguir. Após finalizar sua montagem, você pode começar a economizar para outros propósitos — como viajar, trocar de carro ou juntar dinheiro para comprar um imóvel. Em todos os casos, as dicas poderão ajudar a manter uma organização financeira melhor e traçar um plano adequado para conquistar o que deseja.

Aprendeu como fazer uma reserva de emergência? Como você viu, esse montante é o primeiro passo para ter mais segurança financeira e iniciar a busca por outros objetivos financeiros, como a construção da sua casa própria. Portanto, organize o orçamento e se planeje para começar a formá-la e aproveitar todos os benefícios que ela proporciona.

Este conteúdo foi útil? Aproveite e saiba mais conhecendo 7 aplicativos de finanças que vão ajudar no seu planejamento.

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